terça-feira, 19 de março de 2013

VIDA E AÇÃO NUM PUNHADO DE TERRA










Pegue um punhado de terra. Olhando-o pode ocorrer-lhe que se trata de algo muito simples, de onde, como todos sabem, brotam os vegetais e as plantas. Mas a realidade é outra, não a que vemos a olho nu. O solo é uma estrutura muito complicada, na qual se processam mudanças contínuas. Examinando minuciosamente um pouco desse material, pode-se ver que, além de raízes, água, ar e outros gases, contém numerosos seres vivos em, em ininterrupta atividade. Esse processo interminável e silencioso é que possibilita a vida na face da Terra.

A vida dos animais e vegetais, a vida do homem, dependem de solo produtivo que, em média, cobre a crosta terrestre. Abaixo dessa camada fértil, onde não chegam a luz, a umidade e o calor, o subsolo permanece tão estéril quanto a rocha, mesmo que se tente re-lo e adubá-lo. Somente quando revolvidas e passadas à superfície, as camadas mais profundas podem produzir e, ainda assim, é preciso que transcorra certo tempo para que as bactérias, fungos, minhocas e insetos façam seu trabalho fertilizador.

Por que isso? Porque esses trinta centímetros de terra ( veja a ilustração) são justamente a parte que contém húmus- o fator mais importante para a fertilidade do solo. Graças a ele, essa camada é capaz de produzir vegetais para a nossa alimentação.


Corte que mostra os 30 cm de solo fértil.


O húmus pode ser definido como matéria orgânica que foi sendo decomposta com o passar do tempo. Tem cor escura - de marrom até quase preto. Quimicamente complexo, dele só se conhecem alguns componentes. Contém parte do fósforo e do enxôfre e quase todo o nitrogênio do solo. Além dessas substâncias inorgânicas, está cheio de bactérias e outros microorganismos.


O SOLO E A CIÊNCIA

Embora já nos primórdios do século XVII os cientistas julgassem que o solo continha o "suco particular" que as plantas retiravam, e se chegasse, no século XVIII, a acreditar que o húmus continha o "princípio da vegetação", só no século XIX surgiu, efetivamente, o estudo científico do solo, a partir da descoberta dos princípios fundamentais de outras ciências como a química, a física, etc. Em 1886, um grupo de cientistas russos, sob a orientação de V.V. Dokuchaiev, constatou que havia diferentes tipos de solo, com estratos ou camadas distintas. Concluiu-se então que a forma de disposição das camadas era determinada pelo clima, vegetação, topografia, idade e estrutura geológica. Dokuchaiev propôs então a classificação do solo como elemento em sí, e independente de outros fatores. Por muitos anos, essa classificação ficou desconhecida fora da Rússia, até que foi traduzida para o alemão, em 1914. A obra "Os Grandes Grupos de Solos do Mundo e seu Desenvolvimento", de outro cientista russo que a aplica, Kostantin Dmitrievich Glinka. Em 1927 o livro foi traduzido também para o inglês. Hoje o estudo do solo obedece a duas diretrizes principais: uma estuda a relação solo-planta e procura conhecer sua produtividade e os meios de melhorá-la; a outra estuda sua origem e características, para atender a fins geológicos e de engenharia.

ATÉ A PRÓXIMA...

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